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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sinopses Rio de Janeiro - 2011 ( Segunda )


GRES União da Ilha do Governador

O Mistério da Vida

 

Introdução:
          O meio científico ainda comemora os 150 anos da primeira publicação do livro A ORIGEM DAS ESPÉCIES, livro este que causou uma verdadeira revolução no mundo com a Teoria da evolução. A aventura vivida pelo naturalista inglês Charles Darwin à bordo do H.M.S. Beagle, o navio britânico, que em aproximadamente cinco anos, deu a volta ao mundo e que tinha a missão de mapear a América do Sul, onde aportaram nas cidades de Salvador e Rio de Janeiro. E que nas Ilhas Galápagos, no Equador, desperta o jovem cientista para a elaboração de suas futuras teorias. Esta expedição científica será revivida pela escola de samba União da Ilha do Governador, exatamente pelo espírito de aventura presente em tantos dos seus carnavais. O enredo mostrará muito mais que uma viagem de navio, viajará através da história da origem da vida, a evolução das espécies, por meio da SELEÇÃO NATURAL. Seguindo a sequência do diagrama desenhado por Darwin, um dos pais da biologia moderna e da consciência ecológica, que mostra como grupos descenderam de outros, numa ramificação que ele compara a uma ÁRVORE DA VIDA.
          Em sua teoria, o homem perde o status de grande senhor do mundo, como o superior a todos, mostrando que toda a vida está relacionada a um só ancestral. O grande recado é de que cabe a nós também uma maior responsabilidade quanto à preservação do planeta.
Sinopse:
          Ela é insulana por NATUREZA. Já foi domingueira, mística, curiosa, nostálgica, carnavalesca, assombrosa, profana, biriteira, circense, mágica, mandingueira, infantil e por fim: AVENTUREIRA.
          E mais uma vez, prepara as malas para outra de suas aventuras.  Embarca no carnaval de 2011 a bordo do navio Beagle para atravessar o mar e ancorar na passarela trazendo memórias da maior de todas as viagens. Na companhia do jovem naturalista Charles Darwin, parte da Inglaterra para desbravar os sete mares e dar uma volta ao mundo. Mapeando a América do Sul, chega ás costas brasileiras e se encanta com as belezas das nossas florestas tropicais. Prossegue a viagem contornando o continente. São desembarques fascinantes por tantas terras, tantas ilhas, que as maravilhas da natureza encontradas no caminho são coletadas e catalogadas, assim como vestígios de um passado remoto, que lhes despertam o interesse em desvendar suas origens. Segue seu curso, até retornar sua terra natal.
          Com seus diários de bordo, anotações e constatações, ele chegará a uma teoria revolucionária que mudaria o rumo da história. Através dela partiremos para a grande viagem de fato: a que nos leva para a origem de tudo, ao grande mistério: a história da vida.
          Que começa na água, de uma única célula, que se dividiu, cresceu e se multiplicou. Logo surgiu vida nos oceanos. Seres com coluna, ossos e crânio desenvolvido, criaram barbatanas, para nadar com velocidade. Dominaram as águas do mundo.
          Algumas formas se aventuraram pela Terra. Brotaram, se ramificaram, floresceram e frutificaram.
          Seres animados chegam à superfície, estes possuem asas, antenas, geram larvas, passam pela metamorfose, zumbem, se alimentam de néctar.
          Daquelas criaturas aquáticas, algumas desenvolveram a capacidade de engolir ar na superfície da água, barbatanas viram patas, e passeiam na terra com sua pele molhada e pegajosa.
          Seus descendentes criaram pele escamosa e seca e romperam seu elo com a água. Rastejam, silvam, tem cascos, e por um tempo dominaram o mundo com suas formas colossais, destes muitos foram exterminados, mas geraram outros cujas escamas viraram penas.
          Criaturas aladas que dominaram os céus, com seus cantos, seus encantos, suas cores fascinantes.
          Outro ramo começou a crescer em grande número na Terra. Diferentes de outros viventes, seus corpos quentes, que desenvolveram pelos e garras, ganharam resistência, velocidade, em todo ambiente, do ártico aos trópicos, na água, na terra e no ar.
          Do alto das árvores alguns desceram e se apoiaram em duas patas, inteligentes, foram evoluindo, evoluindo, e evoluíram para o quê?
          Para achar que é sobre os demais, um ser superior?  Para poder pensar que tudo pode destruir?
          Esta é  a grande revelação, sob a luz da ciência, do modo de vermos o mundo. Que não estamos separados do mundo natural. Somos todos frutos de uma mesma árvore: A ÁRVORE DA VIDA e a ela devemos PRESERVAR.
          Colorindo com toda a sua simpatia outra vez na passarela, tão bonita e tão singela, chega a ILHA, trazendo FELICIDADE e cheia de ALEGRIA para celebrar a VIDA. Vamos cantar sambar e EVOLUIR, ao som do samba no rufar da bateria porque HOJE é carnaval. Quanto ao futuro pergunto através dos meus versos: o QUE SERÁ o AMANHÃ, como vai ser o meu destino? Responda quem puder o que irá me acontecer, o meu destino será como DEUS quiser...
Alex de Souza



GRES Acadêmicos do Salgueiro

Salgueiro apresenta: o Rio no Cinema



Sinopse:
          Noite de estréia. A agitação na porta do cinema revive os tempos de glamour da eterna Cinelândia. Uma multidão se aglomera para ver de perto os astros da superprodução salgueirense que entra em cartaz depois de um ano de filmagens. Todos prontos? Vai começar a sessão!
(E no apagar das luzes, surge na tela):
O Rio no cinema
          O cenário: Rio 40º. Uma mística terra em eterno transe tropical, paisagem perfeita para uma chanchada musicalmente mirabolante. Babilônia maravilhosa, de onde se avista a grande montanha que estampa as letras de uma monumental indústria de sonhos. Bem vindos à SAPUCAÍ Produções Cinematográficas, os estúdios onde brilham milhares de artistas no maior espetáculo da "tela".
          Ação! Logo nas primeiras cenas, surgem imagens de um continente que há muito tempo teria afundado no mar da baía de Guanabara. Mito? Delírio? Alucinação? O que há por trás do sumiço da Atlântida carioca? O que revelariam os fotogramas perdidos? Relatos dão conta de um tesouro de valor incalculável escondido sob um mar de mistérios. Quem poderá encontrá-lo?
          Começa, então, uma grande caçada ao ouro de Atlântida. Na Praça XV, entra em cena Carlota Joaquina, que prepara a expedição para retomar os caminhos da submersa Atlântida. Mas é obrigada a abortar a missão para voltar à Europa, em uma saída cinematográfica. A notícia, então, foi bater na Lapa. Da sua alcova, Satã não se faz de santa e convoca a malandragem para empunhar as navalhas em busca da tão falada riqueza. Será que vão conseguir?
          Mais ao Sul da cidade, já se pode ouvir o chacoalhar dos ganzás e a batida do pandeiro que vem do Cassino da Urca. No palco, a Pequena Carmen Notável Miranda, acompanhada do seu Bando, ataca no melhor estilo Chica-Chica-Boom-Chic. E ao final da arrebatadora apresentação, sai à brasileira, em apoteose, sacudindo as tamancas noite afora, sem que ninguém perceba suas reais intenções de se juntar à caça ao tesouro.
          Enquanto isso, na favela de tantos amores, Orfeu embarca no sonho de Atlântida, enquanto arranca do violão as notas de um samba clássico, embalando as belas cabrochas do morro. Castiga nas cordas, distraindo também a tropa em incursão pela comunidade. E o faroeste urbano, enfim, dá uma trégua pra ver a escola passar. Pedir pra sair? Naquela noite, não...
          Muda a cena e o Rio amanhece cantando em mais um dia de verão. Na mais real dimensão, surge a fantasia que salta aos olhos. A invasão aérea que tinge os céus da Zona Sul à Zona Norte é traçada por uma turma pra lá de animada. Alô, amigos! Voando para o Rio, também atraídos pelas lendas do continente perdido, a passarada esperta solta suas feras e arrasta a asa pras araras nativas. Afinal, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá...
          A notícia do tesouro escondido ao Sul do Equador não para de se espalhar. E deu a louca no cinema! Estrelas da sétima arte desembarcam por aqui e entram em irreversível processo de carioquização. Trocam o hot dog pela feijoada, o bip-bop pelo samba, desfilam pelo calçadão da fama de Copacabana... Uma confusão! Até o King Kong, vejam só, foi se pendurar na torre da Central do Brasil. O Homem Aranha se amarra no Beijo da Mulher Aranha, e com ela se prende numa teia conjugada na Zona Sul. A bela mocinha, que o vento levou, agora veste plumas e paetês e, quem diria, foi parar em Irajá! E a loirinha, que nunca foi santa? Virou rainha da escola. Gostou do samba e hoje vive muito bem.
          E lá no infinito, quem um dia há de duvidar que o grande tesouro perdido de Atlântida era brilhar na avenida numa noite de carnaval? Isso tudo é verdade? Nada foi comprovado... Mas na memória, o que fica são as grandes histórias e a alegria de receber, enfim, o prêmio maior da Academia.
          E como toda boa chanchada, tudo acaba em carnaval!
Renato Lage, Márcia Lage e Diretoria Cultural
"Esta é uma obra de ficção. Mas qualquer semelhança com nomes, obras ou datas não terá sido mera coincidência..."



GRES Portela

Rio, azul da cor do mar



Sinopse:
Porto de Sapucahy, verão de 2011
          Soltem as amarras e deixem as velas enfunar ao sabor do vento.
          Vejam o cais se distanciar e, com ele, as lembranças que ficaram, Na bagagem, trazemos sonhos e esperança. Nossos olhos já não conseguem divisar o que é mar, o que é céu, e tentam traçar uma linha de equilíbrio no horizonte. Singramos no azul!
          Subamos à gávea para conversar com as estrelas, companheiras de saudades e solidão. Ora, direis, ouvir estrelas... Por que não?
          Estrelas são quase tudo o que temos. Além delas, trazemos instrumentos que nos ajudarão a decifrá-las. Elas se espalham pelo céu formando desenhos e um deles nos chama a atenção. É uma águia! Sim, uma águia em forma de constelação. E será esta que escolheremos para nos guiar pela imensidão.
          Dizem que o destino está traçado nas estrelas. Ensinam que precisamos de muita coragem para enfrentar os perigos e, sobretudo, determinação. E, com fé em Deus, navegaremos pelos sete mares que abrirão os portais do coração.
No Reino de Poseidon, tempestade e bonança
          Estamos a muitas braças do continente, nessa noite tenebrosa.
          A fúria do vento força a resistência dos cabos que sustentam o mastro principal. O tecido das velas parece que não conseguirá resistir. Ondas se agigantam, cobrindo o casco. Raios, relâmpagos e trovões abrem fendas no firmamento.
          Começamos a enfrentar o desafio do desconhecido. E, sem que tenhamos tempo de raciocinar, nos deparamos com o medo escondido em nossos porões.
          Das profundezas surgem criaturas fantásticas! São polvos, serpentes e dragões abrindo uma estrada na espuma, levando-nos por um turbilhão sem fim.
          Ao abrirmos os olhos, porém, tudo se transforma. Cavalos marinhos conduzidos por guerreiros transportam o cortejo de reis e rainhas que governavam a crença de civilizações que desapareceram no mar abissal.
          O que tenta nos dizer a tempestade, afinal?
          Respeitar o que é do mar, mas nunca temer. Acima de toda maldade, o bem sempre há de vencer.
Mare Nostrum, sob a luz de Alexandria
          Estas galés que cruzam o nosso caminho transportam toras de cedro, tapetes, tecidos, cerâmicas, corantes, jóias, peças de metal e outros produtos que as mãos do homem foram capazes de moldar.
          Do Oriente partem gigantescas embarcações. São os chineses oferecendo novas trocas, ampliando suas rotas, construindo relações.
          São mercadorias que remontam aos tempos dos primeiros navegantes, que se lançaram ao mar. Para trocá-las em outros portos, fenícios e egípcios não imaginavam que também deixariam vestígios de sua cultura milenar.
          Gregos e romanos inauguraram um tempo de conquistas, ampliando as frentes de comércio e os limites de seus territórios.
          Da distante Alexandria, brilha uma chama, transformando a noite em dia.
A caminho de Calicut
          Debruçados sobre mapas, lendas e antigos relatos tentamos encontrar o caminho que nos levará às misteriosas terras das especiarias. É para lá que apontam nossos olhos, mergulhados em fascínio.
          Para proteger este comércio, mercadores árabes semearam lendas de monstros e gigantes que devoravam quem ousasse cruzar os seus domínios.
          Tudo mentira. O pesadelo agora é um sonho. As águas ganham novos matizes e como atrizes representam cada uma de nossas expectativas: cravo, canela, açafrão, flor de lótus e também porcelanas, tapetes, sedas e jóias que não se cansam de brilhar.
          As mais variadas fragrâncias se misturam no ar. Conseguimos, estamos em Calicut! Mas não devemos nos demorar.
Atlântico, em direção ao Pacífico
          O Velho Mundo despertou para um novo século sabendo que não estava mais só. Por trás do horizonte, entre o nascente e o poente, existiam outras terras e riquezas a se alcançar.
          Eram terras primitivas, que ficavam muito além da calmaria e daqui podemos vê-las. Ao dia, parece uma deslumbrante miragem, ocupada por nativos, adornadas pela praias e a plumagem dos pássaros mais bonitos que já se viu. Eis a visão do paraíso tropical.
          São tantas terras que nossos olhos se perdem ao tentar abraçá-las. Elas se escondem sob florestas, percorrem montanhas e flutuam nas nuvens, onde guardam segredos e mistérios de antigos impérios, que se curvam diante do Sol.
          Quantas riquezas brotam de suas nascentes! Ouro, prata, pedras preciosas e uma madeira estranha, que tinge de sangue o tecido mias nobre. Dizem que o futuro a perpetuará na força de um gigante chamado Brasil.
Mare Liberum, numa ilha do Caribe
          Quantas estradas se abrem neste azul sem fim! O Atlântico é cortado em todas as direções. Embarcações de diversas bandeiras transportavam cana-de-açúcar, café, tabaco e algodão.
          Já não existem fronteiras para o comércio, nem medidas para a ambição. Outras galés rumam para a África, inaugurando a rota do tráfico negreiro. Trazem milhões de escravos, despejando-os em solo americano. Aceleram a produção, deixando uma dor que não se apaga e uma chaga que ainda marca o sentimento humano.
          Negros vão, corsário vem. Omar já não pertence nem à Armada do Rei. Agora, é terra de ninguém.
Brasil, entre riquezas e belezas
          Abençoada natureza, que sempre encantará os olhos de quem veleja no aconchego dessa Baía. A mesma brisa que traz lembranças do passado, sopra na direção do futuro, ensinando que o mar foi, é e será a principal via de comunicação entre os povos mais distantes.
          Salve, Porto centenário, e esse intenso vai-e-vem do comércio exterior. Foi aqui que começaram e depois se intensificaram nossas relações com o estrangeiro.
          Esse marulhar fustiga a todo instante, recordando investidas e o leva-e-traz. As ondas não se cansam de contar todos os tesouros que ficaram para trás; mas ainda guardam nas profundezas a mais preciosa das riquezas, que, por muito tempo, nos impulsionará.
          Rio de Janeiro, ponto de encontro de brasileiros de Norte a Sul, de Leste a Oeste; que recebe de braços abertos o jangadeiro e outros irmãos do Nordeste. Rio das praias, das raias, cruzeiros, pescadores da noite e da vida marinha. Terra de São Sebastião, paraíso dos golfinhos.
Porto dos Amores, Fonte de Inspiração
          Aqui da proa, quando olhamos para trás, não conseguimos dar conta do tempo que passou. Orientados pelas estrelas, desafiamos tempestades, enfrentamos inimigos e aprendemos que navegar é preciso - mas na mesma direção!
          Foi assim que descobrimos novos continentes, inauguramos a rota do oriente e encontramos em pleno mar a Fonte da Inspiração.
          Traduzimos os sentimentos em música, transportamos a emoção para a ópera e o teatro, recriamos aventuras em romances, no cinema eternizamos sagas e amores em páginas de clássicos memoráveis. Quando pintamos uma marina, tentando retratar a fascinação que existe em tanto mar, deixamos o azul brincar na tela.
          Descobrimos que o mar é apenas um tema: ele tem início, meio e fim, é um enredo. E toda essa experiência começou quando vencemos o medo, desfraldando as velas do Carnaval.
          Pois, o amor é azul.
          O céu é azul.
          O mar é azul.
          E entre eles, navega a nossa querida Portela!
Autores: Marta Queiroz, Cláudio Vieira e Roberto Szaniecki
Desenvolvimento: Roberto Szaniecki



GRES Acadêmicos do Grande Rio

Y-Jurerê Mirim - A Encantadora Ilha das Bruxas
(Um conto de Cascaes)


          A Grande Rio é sempre uma possibilidade, e dentro de todas as possibilidades, ela pode propor-te a conhecer um pedaço do Brasil, de gente bela, de cultura forte e folclore plural. Por tratar-se de um pedaço de terra cercado por água, outras coisas dela se acercam, como suas belezas naturais, e muitas lendas que refletem um Brasil lúdico, que aponta para o futuro com o interesse de levar adiante o que de mais valioso possui: a cultura popular de seu povo.
          Bruxas, feiticeiras, lobisomens, sete cuias, boitatás e mapinguaris: Uma forte névoa se faz presente, e em pleno Atlântico Sul, logo abaixo ao trópico de Capricórnio, num arquipélago de visão paradisíaca encoberto de mistérios e lendas bruxólicas; entre mangues, dunas e lagoas cercadas por um intenso mar azul, repousa Y-JURERÊ MIRIM. Uma Ilha encantada de magia onde se fala o manezês.
          Neste conto de Cascaes, ela é uma fascinante ilha coberta de magia, recebendo, portanto, o nome de ILHA DAS BRUXAS. Porém, essas bruxas não são tão maléficas como as que habitam o imaginário coletivo, e sim, as que assustam apenas para proteger seus espaços, preservar sua terra, suas etnias, folclore e crendices.
          A Grande Rio para o carnaval 2011, coberta de rezas e patuás, desvenda a história dessa ilha misteriosa que começa numa era chamada cambriana.
          Nesse país onde se encontra o tal arquipélago, misteriosos habitantes do alto Amazonas descem em direção a essa ilha de magia mesclando-se a um povo já existente, chamado Carijós, remanescentes de uma presença humana registrada por sambaquis que datam de 4.800 a.C.
          Há quem diga que o mar que cerca o arquipélago é povoado por Ondinas, seres das profundezas, e que, num passado, esse pedaço de terra, serviu de paragem e pousada para navegadores aventureiros, cientistas, piratas, náufragos e marinheiros infratores que, em suas retiradas deixaram para trás rastros de temores, misticismos e lendas de possibilidade de tesouros piratas tão possíveis e capazes de aguçar a curiosidade humana como a de uma embarcação pirata inglesa naufragada numa praia que recebeu o nome (Praia dos Ingleses) ou até mesmo, de secretos caminhos conhecidos por guerreiros Avás (Guaranis) e que levariam a um Eldorado coberto de tesouros da mais pura prata, como também, a de uma grande fortuna em pérolas produzidas por ostras cravadas nas pedras e encostas da Ilha banhada pelo Atlântico.
          Há uma força mística que faz atrair para essa parte do Atlântico, baleias e golfinhos, além de uma grande variedade de cardumes de peixes que, além de sustentar o povo da ilha, é motivo para festejos e agradecimentos a esse imenso e mágico mar azul.
          Essa onda magnética que envolve essa ilha de encantamentos também exerceu atração sobre os povos de outras terras, cada qual, vindo para cá com suas razões, metas, ou até mesmo, destinos retorcidos e alongados, como uma imensa e centenária figueira carregada de histórias bíblicas e estórias acontecidas em seu entorno transformando-a quase que como um totem envolvido em crendices e fé dos que habitam a ilha.
          E a ilha então os abraçou como filhos da terra comungando com eles e os tornando também, herdeiros da nação Carijó, dos mitos e lendas do lugar.
          "Vão-te daqui bruxas e boitatás". E todos os seres que nos possam amedrontar. Arreda, arreda as brumas que cobrem essa ilha de mistérios. Pela cruz de São Simão, que te benza como a vela benta. Na sexta-feira da paixão. Treze raios tem o sol, treze raios tem a lua. "Salta demônio para o inferno que esta alma não é tua". "Tosca marosca, rabo de rosca". Vassoura na tua mão Aguilhão nos teus pés e relho na tua bunda. Por baixo do telhado, São Pedro, São Paulo e São Fontista Por cima do telhado, São João Batista. Bruxa, Tatara-bruxa, Tu não me entres nessa casa, nem nesta comanda toda. Por todos os santos, e pela Grande Rio. Amém!
          Ao cair da noite, quando das datas dos festejos da ilha, uma ritualização se pode sentir na mágica tradição folclórica que habita a ilha protegida por feiticeiras, fadas rendeiras, bruxas e seres da mitologia ameríndia cantadas por Cascaes. Uma ilha que vive um rico calendário entre o profano e o sacro, com procissões, danças e folguedos folclóricos numa pluralidade cultural onde os festejos em homenagem aos frutos provenientes do mar e da terra convivem com a alegria colorida e dançante do boi-de-mamão, cacumbis e as festas do Divino.
          O cantador se põe a falar:
Ò Matumba, ó querenga,
Erunganda
Òruganda, Ó matumba, Ó querenga
Moreninha vem brincar
Meu boi já está na rua, ele vem para mostrar
Revelo ser Florianópolis, o nome desse lugar
Ò Matumba, ó querenga, eruganda
Òruganda, Ó matumba, Ó querenga!
          Misteriosas e encantadoras paisagens cobrem a ilha de riquezas em sua fauna e flora exuberante. A extensão litorânea desvenda praias inexploradas, sendo a ilha das bruxas, um monumento natural do litoral sul brasileiro digna de ter sido, em seu passado, paragem e pousada para todos que por lá passaram, tornando-se real diante do que antes nos pareceu lenda ou conto. A hospitalidade é marca de um povo que soube mesclar-se tendo como princípio o respeito mútuo de suas crenças e tradições.
          Florianópolis possui uma marca romântica registrada nas fachadas de seu casario e azulejaria portuguesa, o desenho rico da renda de bilro, os "points" noturnos do mercado público municipal, a lagoa da Conceição onde a prática de esportes náuticos "fervem" no verão, as praias do litoral florianopolitano com suas ondas fortes e convidativas para as práticas de surf e esportes ligados aos ventos fortes, uma culinária rica e de sabor requintado, ou até mesmo, o simples peixe frito servido pelo "manézinho" local regado sempre com a presença mística das tradições e do passado da ilha.
          E, terminado o mistério deste conto inspirado em Cascaes, é que a Grande Rio revela a Floripa de todos nós, que, com sua ponte "luz da independência", nos transportará para uma travessia lúdica, e agora, mais mágica do que nunca, ligando a folia momesca da ilha ao carnaval da cidade maravilhosa mostrando ao Brasil e ao mundo, toda essa beleza da ilha de magia e encantamento chamada Florianópolis.
Pesquisa e texto: Cahê Rodrigues e Lucas Pinto



GRES Unidos do Porto da Pedra

O sonho sempre vem pra quem sonhar...

Sinopse:
"Voar é com os pássaros
Sonhar é com a gente
porque eles têm asas
e nós temos a mente
que nos permite voar
de um jeito bem diferente
ir - sem sair do lugar -
ao futuro lá na frente
e além de ir, enfeitar,
construir e habitar
uma realidade inexistente
como se fosse real
o que é apenas sonho,
realmente."
          - Sonhar parece coisa de gente que vive de fantasia, fora da realidade!
          Quantas vezes já ouvi: Caia na real!
          Mas hoje eu te proponho: Caia no sonho!
          Sonhe acordado, com o impossível e o improvável.
          Use a imaginação!
          Conheci muitas pessoas que também sonhavam, mas não tiveram coragem de lutar pelo que acreditavam, e foram deixando que seus sonhos se esvaziassem. Sonhando sozinhas... desanimaram.
          Sonharam o sonho dos outros, nunca foram protagonistas, somente figurantes.
"o sonho é a fotografia
de um tempo muito esperado
que dorme dentro da gente
sonhando ser acordado
... o sonho é a expressão
do nosso mundo sonhado"
          - Sempre vivi num ambiente de sonhos. Que sorte!
          Ainda menina, cresci cercada de finas companhias, com tantos sonhos quanto eu, só que maiores e mais importantes, sonhos de gente grande. Aníbal Machado, meu pai; Drummond, Cecília Meirelles, Eneida, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga e muitos outros.
          Que prazer senti em conhecer tanta gente diferente, inusitada!
          Pareciam nem viver neste mundo...
          Fez parte da minha essência: sonhar!
"(...) sonhos que viraram história (...) sonhos que nos enchem de esperança sonhos pra quando a gente crescer e sonhos de voltar a ser criança"
          - Fiz do meu dia-a-dia sempre uma história diferente, pois queria ter a cada minuto um encontro com a liberdade e a fantasia, o sonho e a ilusão.
          Ninguém me contava as histórias que queria ouvir, por isso criava as minhas.
          Vivi a aventura de perseguir meus sonhos, ainda que para muitos esses sonhos fossem utopia, coisa de "gente doida", levei-os adiante, fazendo com que outras pessoas acreditassem neles e os tornassem realidade.
          Transformei o natural em maravilhoso, a realidade em fantasia, um pedaço de pano e papel pintado em personagens vivos. Através dos bonecos consegui atingir a alma da criança e da "criança" que os grandes guardam dentro de si, fazendo-os crer no irreal, e viver dentro dele, tão próprio do espírito infantil.
          Meu sonho: surpreender, divertir, encantar. "Tem sonhos de todos os tipos pra todos os gostos e agitos (...) sonhos que são mesmo da gente e sonhos emprestados (...) sonhos de crescer, de mudar o mundo e sonhos de ir viver bem distante deste mundo Sonhos de todas as cores, formas e tamanhos (...) e sonhos que todos podem sonhar a qualquer hora do dia em qualquer tempo e lugar"
          - Criança é um ser que acredita. Quando começa a deixar de acreditar finge que acredita. É o faz de conta. E fiz de conta tantas coisas! Misturei, inventei e reinventei de tudo. Já fui herói e bandido, já fui boa e fui má.
          Já fui menino sonhador e até matei um dragão. Fui ladrão, roubei fórmulas, cebolinhas, receita e colar. Conversei com Deus e fui bicho que nem existe. Brinquei de bangue-bangue, fui artista de circo e viajei na corcunda do vento. Já tive medo de gente, conheci o mundo inteiro e tive a audácia de deixar um rei sem roupa.
          Imaginei que fui fantasma, marinheiro, palhaço, músico, velha, detetive, jurado, juiz, xerife, bruxo, pirata e até cavalo. Fui tudo o que eu quis ser.
          Inventei tanta coisa, até um teatro! Ah, o meu Tablado! Só não inventei que eu era escritora, porque isso... ah eu era!
"Há sonhos pra se sonhar sozinho
e sonhos pra se sonhar a dois
sonhos que muitos já sonharam antes
e que muitos sonharão depois
sonhos pra se sonhar em vida
e sonhos pra depois (...)"
          - Criei meus sonhos principalmente porque quis mexer com a emoção e o inconsciente das pessoas. Procurei em cada um de nós aquilo que parecia e precisava, nos dar um motivo maior para viver. Ainda quero sonhar muito, sonhar alto e fazer sonhar. Sonho que as minhas histórias sejam sempre recontadas e reinventadas, pois a cada reinvenção, o meu sonho continua, e cada criança que a ouve, um dia cresça e conte aos seus filhos, para que estas histórias recomecem. Sonhou?
          Maria Clara Machado, reinventada por mim, Paulo Menezes
Paulo Menezes
*O texto em itálico é parte do poema Sonhos de autoria de Geraldo Eustáquio de Souza




GRES Beija Flor de Nilópolis

Roberto Carlos: A Simplicidade de um Rei


Me leva meu sonho em viagem, por uma estrada colorida, onde o tempo pede passagem e carrega, em sua bagagem, as lembranças que eu trago da vida.
          E lá vou eu, bem longe, além do horizonte, vivendo esse momento lindo, a reconstruir meu castelo de sonhos entre emoções, como quem chora sorrindo. Olha dentro dos meus olhos e vê quanta lembrança que na distância do tempo guardei. Ah! Como o tempo passa, é como se o trem que me trouxe, voltasse e dissipasse a fumaça, e eu então retornasse pras coisas que eu deixei.Me leva meu sonho em viagem, por uma estrada colorida, onde o tempo pede passagem e carrega, em sua bagagem, as lembranças que eu trago da vida.
          Meu pequeno Cachoeiro, essas terras entre as serras, doce terra onde eu nasci, te confesso, você é a saudade que eu gosto de ter, e que mora pra sempre em mim; é como sentir você bem perto, é como estar desperto pra ver tudo igual como era antes, que nada se modificou, e ouvir de novo as águas cantantes do meu Itapemirim.
          E é assim que o pensamento voa, vagueia assim, à toa, e até parece que eu voltei... Voltei a ser criança, a ser "Zunga" outra vez. Ah! Sentimento bem vindo... Vejo o meu cachorro me sorrir latindo, estou em frente ao portão, eu voltei, pra viver o sonho mais bonito que um dia alguém já sonhou, e sentir que o sol que atravessa essa estrada jamais se apagou.
          Me vejo menino, correndo aos braços de minha mãe, pro seu abraço, e no carinho e afago, me envolver num laço, e adormecer, como sempre eu fazia. Olhar meu pai, e seus cabelos brancos, seu rosto marcado, à disfarçar o cansaço com um sorriso franco das verdades da vida e ouvir as suas histórias, lições que me fizeram crescer e, do jeito simples à esconder as dificuldades, tentando encher minha vida de fantasia ao enfeitar as coisas que eu via.
          Ah! Quem dera... Poder fazer desse tempo, uma eterna primavera, desabrochar em flor pra sempre, o flamboyant no meu quintal, e deitar à sua sombra, e sentir aquela brisa mansa, que sopra enquanto lança o perfume do laranjal.
          Vai e vem na minha mente, esse vento do tempo, e traz as ondas do rádio que um dia me embalaram ao som de tangos e boleros, velhos tempos... Belos dias... Onde o meu sonho crescia nas cordas de um violão. Hoje relembro e refaço aquela despedida, nas lágrimas soltas na estação, a partir na promessa de uma volta, como todos que um dia se vão e assim, na lembrança, colar os cacos do meu coração, me redimir e repartir essa dor e a saudade, nos versos de uma canção.
          Assim, como naquele dia, eu me vejo, com aqueles olhos tristes, porém cheios de esperança, buscando encontrar à sorte, todas as coisas que um dia eu sonhei pra mim, e me deixo levar em ritmo de aventura, nas batidas do meu coração, igual a quando aqui cheguei, nesse Rio de Janeiro, no seu abraço aberto, hospitaleiro, na transviada inquietude daquela louca juventude, que andava na contra-mão.
          Até parece que foi ontem... Aquelas tardes de domingo, de guitarras eletrizantes, que ecoavam como o ronco barulhento dos carangos, incendiando a multidão; era um ritmo alucinante e quente, o rock in roll envolvente, uma brasa a aquecer meu coração... E eu que sempre fui tão inconstante, te juro, bicho, me rendi àquela paixão...
          E não adianta nem tentar esquecer, o que durante muito tempo em minha vida passou a viver... Eu me lembro com detalhes, a velha calça desbotada, a jaqueta encouraçada e a brilhantina no cabelo. Meu mundo girava no vinil da vitrola, vivia voando no meu carro, à 120 por hora, a velocidade andava junto a mim, e sem saber quando, nem pra onde, me levava ao espaço, como "Sputnik" pelo ar.
          Nas curvas e esquinas da vida, encontrei amigos, parceiros da mesma viagem, e seguimos juntos a mesma estrada, como bons companheiros, amigos de fé, irmãos camaradas, que eu não esqueço jamais. Aquele era o meu momento, nascia um novo tempo, agitando o mundo ao som do Iê Iê Iê, e com ele, um movimento: a Jovem Guarda, que assim, como do nada, me coroou o seu rei.
          E eu então, me perguntava:
          - Que rei sou eu?
          Que rei que nada... Eu sou terrível! Um lobo mau, um negro gato de arrepiar, talvez um gênio... Nem pensar! Basta ver os erros do meu português ruim...
          Avancei sinais, vivi em festas de arromba e, pra conquistar garotas, dispensei meu cadilac, me rendi à um calhambeque, fui o bom no Splish Splash dos beijos roubados no cinema, de garotas papo firme, namoradinhas dos amigos e dos brotos no portão... Foi quando me lembrei do passado, do romântico apaixonado que eu era, do meu velho violão, e da simplicidade de dizer 'Eu Te Amo' com a voz do coração.
          Assim então, assumi meu reinado e proclamei, como um brado à esquecer a tristeza e ter a certeza de que a felicidade um dia vem, que daqui pra frente, tudo vai ser diferente, e que eu quero que vá tudo... Tudo pra quem ama com ternura, tudo, pra tudo que se quer bem.
          Eh!.. Esse mundo dá voltas... E, numa delas, lá ia eu e meu sonho viver, era uma força estranha, uma voz tamanha que me levava a cantar, a atravessar fronteiras, a romper barreiras, 'parlando' italiano a 'Canzone Per Te'; e foi assim, de mansinho, que San Remo todinho, viu e ouviu o amor vencer.
          Senti então, que esse amor fala uma só linguagem, e faz o sonho acontecer... E assim, contei histórias de romances, de amadas e amantes, o amor infinito, puro, sem medida, incontido; sentimento sem dia, sem hora ou lugar pra nascer, o que não sai de moda, é moderno, mesmo que seja à moda antiga, é eterno, um constante amanhecer.
          E assim, afaguei em meus versos, mil mulheres, enxergando a beleza de todas as formas e proporções, foram tantas, foram todas, tantas rimas, em tantas canções.
          Desvendei caminhos, procurei atalhos, como a abelha necessita de uma flor e na sede de amor, bebi das paixões desenfreadas, por metáforas descrevi o côncavo e o convexo, o sexo como cavalgada. Me vi em desalinho, a fazer ninho nos lençóis macios, a deixar marcas sem me importar com a desordem de tanto amar, entre os botões que se desatam e se abrem em braços que se abraçam e se enlaçam no céu do êxtase, mudando estrelas de lugar.
          E então, desse infinito universo de prazer, me abastecendo de brasilidade, viajei na verdade da vida do meu povo, de cada palmo desse chão; no dia-a-dia da cidade, na lida pra ganhar o pão.
Fiz da canção a passageira no táxi das nossas ruas; no campo foi ela a companheira, tangendo em moda de viola, nas veredas desse sertão, e fui presente na saudade que roda e rola no coração disparado, no pára-choque estampado, todo dia nessa estrada, a contar horas de ansiedade na boleia de um caminhão.
          Fiz da minha voz, um grito de alerta à consciência dos seres humanos a zelar pela natureza, e usei a poesia em defesa do céu, da Terra e do mar; fiz chegar àqueles que estão surdos, a mensagem, que o progresso, às vezes absurdo, tantos males nos traz, e que é preciso saber viver, que a razão precisa entender enquanto há tempo e passar a seguir o exemplo: ser civilizado como os animais.
          É meu irmão, nessa vida são idas e vindas que me levam na brisa do vento, no fluxo das marés em movimento, à algum lugar bonito e tranqüilo pra gente se amar, pois de que vale o paraíso sem amor?... E continua a viagem e mergulho livre num oceano de desejos, a singrar ondas de emoções, a flutuar num mar de rosas, como navegante dos sentimentos, comandante de tantos corações.
          E por fim, essa fé que me faz otimista demais, me fez subir a montanha, à dispor do alto, minha voz à voz de Deus, a fazer do meu cantar, uma oração para a humanidade, a descobrir no verbo, a sua essência e sua verdade, a tornar-me um instrumento mensageiro de paz e de boa vontade.
          Não, eu não sou rei... Mas acho que me tornei amigo do Rei, o Rei dos reis, esse ser de luz, a claridade que faz com a sua simplicidade, a força que me conduz.
          São tantas emoções já vividas, detalhes de uma vida, histórias que eu contei aqui. E se hoje você me faz seu enredo, é talvez, a maior das emoções dessa minha vida, a qual, com palavras, não sei dizer, mas quero sim, abrir meus braços num abraço e em suas asas, Beija-Flor, me entregar e agradecer, e assim poder definir com singeleza, como é grande o meu amor por você!
          E se não há nada pra comparar, deixa o seu samba explicar, esse puro sentimento, que só o coração pode falar. Agora eu sei o que é ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar...
          Canta Beija-Flor! Pois seu canto acenderá ainda mais essa chama, essa aura azul e branca que te encanta, que te dá força, fé e esperança, que ilumina o sorriso de suas crianças, anjos de guarda da sua herança, essa luz que cobre como um manto essas "nossas senhoras", Marias, mães baianas do samba.
          Que os céus as abençoem, e que derramem por todo o seu povo essa luz que do amor emana e inflama o mundo através da nação nilopolitana, uma luz divina e que assim se traduz: Uma luz que nos une e se funde numa só luz, que nos traz a simplicidade e a paz do verdadeiro Rei, a paz do Nosso Rei Jesus.
Alexandre Louzada, Laíla, Ubiratan Silva e Fran Sérgio